quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Virago XV250s - A Viraguinho



     Nunca poderia deixar de falar sobre essa moto, uma maravilha que a Yamaha lançou há tempos, cujo projeto também passou por outras fabricantes mas hoje não se encontra mais por aí, apenas as usadas, é claro.



Breve Histórico

     A Virago 250 começou a aser produzida pela Yamaha em 1989, dominando o mercado das estradeiras até 250cc por muitos anos. Em alguns países, sua produção foi terminada em 2007. Possui um motor V-Twin refrierado a ar, com duas válvulas por cilindro, carburador único e 5 marchas. Possui potência de 21,49cv a 8000 rpm e torque de 2,1 kgf.m a 6.500 rpm. Sua velocidade de cruzeiro é de 110 km/h, ficando ainda com uma boa força para ultrapassagens. Tinha também pouco consumo, era capaz de fazer 32km/l em média, e com seu tanque de 9,8l tinha uma autonomia em media de 350Km. . 
     Uma motocicleta fiel ao estilo estradeiro e muito leve, muito prática para a cidade e pilotos iniciantes, inclusive mulheres. 

     No Brasil, a Virago 250 veio inicialmente importada em 1995 e nacionalizada em 1997. Vendeu muito bem até 2002, ano que a moto foi retirada de linha no Brasil. Seu projeto foi passado para a Kasinsky, que produziu a Fúria, para a Sundown que produziu a V-Blade e para a Dafra que produziu a Kansas 250.


A Minha Virago

     Tenho muito o que contar sobre a minha Índia, a pele vermelha, pois foram 11 anos de convivência. Mas tentarei ser breve, porém completo.
    Comprei minha Viraguinho 0km na antiga concessionária Yamamotos (localizada na Asa Norte) em 1999. Já tinha dado uma pequena volta em uma viraguinho de um vizinho meu e gostei muito do estilo. Na época, esse estilo de moto era novidade, poucas pessoas possuíam motos custom e a que mais famosa era Harley Davidson. Então, era uma moto que se destacava bastante.


Yamania

      Na concessionária, me incluíram em um grupo chamado Yamania, organizado diretamente por ela, e este grupo marcou muito minha entrada nesse mundo motociclístico.
      Esse grupo eram de proprietários das motos Yamaha compradas na concessionária, e esta oferecia todo sábado um café da manhã na lanchonete em um ambiente super agradável, onde você conhecia pessoas novas e combinavam passeios. 
     De vez em quando, organizava-se alguns passeios aqui por perto, como Anápolis e outros pontos. Assim que acabou o amaciamento da minha moto, eu comecei  a fazer esses passeios e me acostumando com a moto e estrada.


Customizações

     Esse tipo de moto é ótima para as personalizações, é feita para isso. A viraguinho, opinião minha, mesmo muito bonita, vem de fábrica meio "crua". Ao longo do tempo, instalei diversos acessórios e modifiquei algumas peças nela, mas sempre mantendo a originalidade da moto. Tentei uma vez trocar os escapamentos por uns mais esportivos, mas coloquei os originais de volta, pois não gosto de moto muito barulhenta (embora o som tenha ficado lindo).
    Algumas das modificações que fiz foram:
  • O Grito (buzina marítima)
  • Protetor de Cárter cromado
  • Protetor de motor com pedaleiras
  • Suporte de Alforges
  • Bagageiro
  • Bolha GIVI
  • Aba de Farol
  • Setas modificadas
  • Diversas peças originalmente pretas foram cromadas ou polidas

Viagens

Três Ranchos
     Até o momento que escrevi esta postagem, foi a moto que eu fiz todas as minhas viagens. Ela é ótima para pequenas e até viagens longas, não só pela posição confortável de pilotagem, mas também pela confiabilidade da moto, que quase não dá problema.
     Quase todo final de semana o grupo se reunia no sábado e fazíamos um bate-volta em Cristalina.
     Fizemos diversos passeios para almoços por perto, como a Lagoa Feia em Formosa.

     Mais tarde, já com o motoclube Clube Virago e BornToRide, fui também com ela a muitos encontros mais longe, como Goiânia, Três Marias, Vianópolis, Três Ranchos e inúmeros outros que não dá para escrever tudo aqui. Essa moto nunca me deixou na mão em minhas viagens, foi perfeita sempre.
Minas Gerais

      No entanto, a viagem que mais me marcou foi a que fiz sozinho para minas gerais em 2001. Somente como resumo, pois pretendo fazer uma postagem específica dela), nesta viagem, saí de Brasília, parei em Sete Lagoas, de Sete Lagoas, fui até Ouro Preto e dormi em Mariana. De lá, fui para São João Del Rei e Tiradentes. Depois meu destino final foi Juiz de Fora, para visitar a família.
       A volta foi feita por trás de Minas Gerais, passando por Varginha, Três Corações, Furnas e Dando uma parada no final de semana em Uberlândia, onde estava acontecendo um encontro de aeromodelismo. De lá voltei para Brasília para minha querida família.
     Uma viagem espetacular, e gostaria de fazer muitas outras assim. Uma pena que não pude, quem sabe no futuro ?

Clube Virago

   Como na época que comprei minha viraguinho existiam poucas informações sobre ela, criei no Yahoo! Grupos uma lista de discussão com esse propósito. Essa lista fez um tremendo sucesso e está até hoje em atividade !
     Muitas amizades foram fixadas neste grupo !

     Leia mais sobre essa lista aqui nesta postagem.


Problemas conhecidos

     Esta moto tem alguns problemas muito conhecidos, que posto logo aqui para quem tiver uma, verificar. Um deles é um problema que, se acontecer, poderá perder o motor. Verifique !
  • Retificador: esse problema é crônico não só nessa moto, mas na maioria das motos aqui no Brasil. Muitas motos apresentam o mesmo problema e o retificador tem que ser trocado. Também, na virago ele fica guardado dentro de uma carenage, sem ventilação, o que faz esquentar muito. Uma dica muito útil é trocar por um da CB400 ou Falcon (é o mesmo e o melhor). No entanto, faça em um eletricista de confiança, pois fui fazer uma fez e o eletricista queimou o módulo da minha, junto com todas as luzes. Feito direito, você nunca mais precisará trocá-lo. 
  • Engrenagem da bomba de óleo: esse é um problema crítico, que todos tem que ficar muito atentos, pois pode fazer seu motor travar. A bomba de óleo gira uma engrenagem feita de plástico que lança óleo para lubrificar o motor. Com o tempo os dentes dessa engrenagem começam a se desgastar e o resultado do desgaste acentuado é que o óleo não flui mais para o motor, prejudicando sua lubrificação.
    Na época que tinha a Viraguinho, poucas estavam com quilometragem alta (a minha era uma delas), quando estava com mais ou menos 72.000km meu motor parou por causa desse problema. Tive sorte porque o dano não foi extenso, mas poderia ser muito pior.
    A peça é baratinha. Aqui está uma comparação de uma engrenagem usada e da nova:
    Esquerda: Usada, Direita: Nova

    Portanto, se você tem uma Virago, recomendo verificar a cada 20.000Km o estado dessa peça e trocá-la ao menos sinal de desgaste, ou você correrá o risco de vê-la assim:
    Parada por conta da engrenagem
    Pistão
    Estator
    Engrenagens
    Motor
    Motor

Nenhum comentário:

Postar um comentário